OURO PRETO 8°ano

Considerando as necessidades educacionais de estudo do meio, a excursão pedagógica que contempla as cidades históricas mineiras visa ressaltar os aspectos escolares relacionados a essas localidades. Além do evidente interesse turístico, a atenção principal das visitas se concentra nos monumentos históricos que registram a saga da descoberta do ouro no Brasil – Colônia, que possibilitou o florescimento da cultura e das artes, e também de ideais libertários, o que transformou algumas cidades no palco da Inconfidência Mineira em 1789.

A região de Minas Gerais tornou-se o centro econômico do Reino Português e em torno dela foi se integrando a atividade produtiva das diferentes regiões, até mesmo das mais afastadas. Calcula-se que para as Minas afluíram cerca de meio milhão de pessoas, numa das maiores migrações registradas na História.

Maior conjunto homogêneo de arquitetura barroca do Brasil, Ouro Preto foi construída por artistas e escravos. Com o declínio do garimpo, no final do século XVII, a cidade teve sua movimentação intensa reduzida à administração burocrática do estado, principalmente após a transferência da capital para Belo Horizonte, em 1897.

Para economia do município o isolamento trouxe perdas significativas, no entanto o patrimônio histórico ganhou devido à distância do processo modernizador. Em 1938, o poeta Manuel Bandeira escreveu: “Não se pode dizer de Ouro Preto que seja uma cidade morta. (…) Ouro Preto é a cidade que não mudou, e nisso reside seu incomparável encanto”.  Nesse ano a cidade foi tombada como Patrimônio Nacional, num movimento de proteção à memória cultural que começara com os modernistas, ainda na década de 1920, e culminara com a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1937. Em 1933, Ouro Preto foi considerada “Monumento Nacional” e, em 1980, veio o reconhecimento internacional: a cidade foi declarada pela Unesco, Patrimônio Cultural da Humanidade.